Beleza: Termo mais relativo e
pré-conceituoso.
Estabelecer algo como belo ou não passa
necessariamente pelas subjetividades e múltiplas opiniões de cada um.
Num
mundo tão fútil, cheio de vazios e recheios de ar, endender algo como dotado de
beleza pode ser tão perigoso como uma bomba atômica!
Não. Sou mais racional e extremista.
Acho que a Beleza é como um "bem de
uso comum do povo" e de tudo o mais.
Geral.
Generalizada.
Bela é a flor em botão, que nem mesmo desabrochou e fica no
aguardo de uma chuva fina, de um sol quentinho e de muita fotossíntese para
resplandescer. Mas também é bela a flor já sem vida, caída no solo, esperando o
vento a ela varrer.
Belo é o livro novo, com cheiro de plástico, esperando pelo
primeiro ávido leitor. E belo é também o livro rasgado, surrado e sem capa, que
já foi útil a tantas mentes e olhos famintos.
Bela é a menina fotogênica, de rosto e de corpo, que se mostra e
agrada nas redes sociais. E tão bela quanto é aquela que prefere ao invés de
seu corpo, mostrar a beleza de seu pensamento, sem medo de errar.
Belo é o barulho do sino
dos ventos, que nos permite meditar até em meio ao caos de uma cidade grande. E
quem haveria de negar beleza à poluição sonora, visual e olfativa, se é nela
que a maioria de nós encontra moradia?
Belo é o moço galã, bem sucedido, que aparece em comerciais de
pasta de dente. E belo é o menino que prefere dar de comer àqueles que mal tem
condições de pensar no que é beleza.
Bela é a
poesia rimada, em soneto e métrica intocável, arte de poucos e feita para
apreciação geral. Ora, se não é bela a escrita sem gramática correta, sem
firulas linguísticas, e que atinge até mais do que tão bela criação poética?
Belo é o amor, sentimento por tantos falado, sentido, cultivado. E
belo é, pois, o ódio, que permite - apenas a título exemplificativo! - uma
série de escritos fantásticos, filmes e documentários, e até mesmo a percepção
do que é, consequentemente, o amor!
Ah! Fácil dizer que bela mesmo é a Vida! Pois é nela que se
verifica tudo aqui antes comentado. Mas vejo uma beleza delicada na morte...
Uma beleza fúnebre, quieta e até mesmo misteriosa. Como se ela nos dissesse que
sem a sua certeza, não pensaríamos em fazer muitas das coisas boas e belas que
praticamos todos os dias, mesmo sem perceber.
Por isso, generalizo a beleza e renego quem diga o contrário!
Somos Beleza, emanamos gostosuras e travessuras repletas de lindas
nuances.
Deixemos de lado a pieguice e os clichês e passemos a curtir
aquilo que temos de melhor, que somos nós mesmos, tão mundanamente.
Beleza?
- Bia
Imagens: web
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